Quantas pessoas existem com bocados de vida perdidos, roubados, por viver...?!
Um actor que revela, ter crescido sem mãe, mãe presente, com a qual teve muito pouco contacto ao longo da sua vida. Esta mãe que voltou a ter outro casamento, outros filhos, outra vida, da qual este actor não fazia parte, na qual este actor, teve que representar!
Passou por namorado da irmã, para que os amigos da " mãe " , não soubesses que este actor era filho dela, fruto de uma aventura de adolescência, fruto de uma paixão de uma noite só, no fundo um acidente de percurso, como o próprio actor considerou!
Como teria sido a vida deste homem, que hoje já é avô, se a sua vida tivesse tido outro trajecto, se tivesse existido alguém que o ensinasse as coisas da vida, alguém que respondesse as suas perguntas, alguém que batesse palmas com orgulho, na primeira fila dos teatros, o aplaudisse de pé, e com orgulho, olhasse para o lado e dissesse: " É o meu filho..."
Um bocado de vida perdida, uma parte da sua história de vida incompleta, alterada...sem pedir licença.
Uma mãe que fica sem um filho, do nada, por nada, por fatalidades inexplicáveis, sem sentido, sem a vida a avisar que a partir daquele momento ficará sozinha, com uma dor que consome a alma!
Que injustiça é, perder de repente algo que se gerou com tanto amor, que tanto se desejou, que se criou.
Mais um bocado de vida perdido...
Mulheres e homens que ficam sem o seu par, companheiros, o seu amor, com quem partilharam um bocado ou mesmo uma vida, e um dia tudo termina, sem quererem, sem pedirem, por tudo e por nada.
Por ciúmes, por falta de amor, por amor obsessivo, por desgaste, por traição! E assim se perde mais um bocado de vida, uma vida que se planeou, na qual se apostou, se entregou…e se perdeu.
......
Mas não só as pessoas que perdem um bocado de vida…
Quantos animais não são abandonados, mal tratados, substituídos, ou perdem os seus donos sem esperar, e assim lhes é roubado algo precioso.
Quantas histórias não ouvimos, lê-mos, presenciamos, vivemos, de animais, que perdem os seus donos que tanto amaram, a quem deram tanto carinho, e sem perceberem porque, desaparecem das suas vidas.
Felizmente que existem bocados de vida felizes, nos quais podemos agarrar-nos, seguir o exemplo ou mesmo aprender com eles.
Ela foi abandonada á nascença, deixada á porta de um café na Aldeia onde vivia a sua progenitora, que conseguiu esconder a gravidez durante os nove meses.
Nessa noite, fria de inverno, a progenitora, apanhou um autocarro e sem olhar para trás fugiu.
A criança, acolhida pelos donos do café ate ir para uma instituição, de onde mais tarde foi adoptada, teve uma família afectuosa, que nunca desistiu dela.
Hoje, 30 anos depois, sabe a verdade, e vive pacificamente com ela. Cresceu feliz, teve o que lhe podia ser dado.
Perdeu-se na juventude pelos trilhos da puta da vida. Foi resgatada a tempo, por quem não quis desistir dela.
Recuperada de alguns anos de drogas e prostituição, hoje tem uma vida simples, honesta. Tem o que pode ter, mas é uma mulher muito feliz.
Hoje, com o seu companheiro, aguardam com ansiedade a chegada do primeiro filho, que planearam e muito desejaram.
Tenho a certeza que lhe será dado todo o amor do mundo, a melhor educação e valores, e uns pais que não o deixaram cair.
Nesta página, serão relatados bocados de vida…